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A construção do Ato Público Contra o Racismo teve seu início em um ato simbólico, que aconteceu em julho do ano de 1978, com diversas pessoas negras empunhando cartazes rumo ao Teatro Municipal de São Paulo.
A mobilização ocorreu por iniciativa de um grupo de jovens que visava denunciar o racismo durante o período do regime militar no Brasil (1964-1985). Após 43 anos desse marco, considera-se esse o pontapé de inserção do Movimento Negro Unificado (MNU), que assume de forma representativa as discuções raciais com relevancia política nacional.
No mesmo mês, solicitou-se uma assembleia geral, visando dar continuidade às pautas que surgiam na mesma medida da reflexão cultural, levantando-se agora a luta por reparação histórica, o fim da violência contra a população negra e o reconhecimento e valorização de sua cultura.
O MNU expandiu-se por diversas capitais do país, e hoje, 43 anos após essa insurgência, vemos diversos frutos desse passo, como investimentos de arte e cultura nas periferias, a disseminação da cultura das favelas, cotas raciais, dentre tantas outras conquistas. No entanto, vale a lembrança de que o cenário racial no país está longe do ideal, uma vez que um homem negro sofre 74% de chance a mais de ser morto se comparado a um homem branco, e para mulheres negras o risco é 65% maior.
Julho de 1978 deve continuar enquanto uma pauta coletiva e de responsabilidade não apenas da população negra, mas como a função social de todo brasileiro na luta por igualdade, equidade e justiça.
